Governador diz repudiar casos de abuso de força e que sua gestão conduz esses profissionais para corregedoria

Reprodução – Folha de São Paulo

Mônica Bergamo – 20.dez.2024 às 17h40

Um grupo de mais de 60 entidades enviou nesta sexta-feira (20) uma denúncia à Comissão Interamericana de Direitos Humanos contra o governador de São Paulo, Tarcísio Freitas (Republicanos), e o secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, pela alta da violência policial no estado.

O documento pede que o órgão, que está vinculado à Organização dos Estados Americanos (OEA), acompanhe os casos abuso de força de integrantes da Polícia Militar (PM) e emita recomendações ao Estado brasileiro para agir pela diminuição da violência policial em todo país.

A imagem mostra um homem em um ambiente formal, possivelmente em um evento ou reunião. Ele está usando um terno escuro e uma gravata, com uma expressão confiante. A iluminação acima dele é suave e cria um efeito dramático, destacando sua figura. O fundo é desfocado, mas sugere um espaço amplo e moderno.

A denúncia é assinada por familiares de vítimas de operações policiais e organizações como Uneafro Brasil, Movimento Negro Unificado, Geledes — Instituto da Mulher Negra e Casa Sueli Carneiro.

Representantes das entidades realizaram uma audiência nesta sexta com o secretário de Segurança Multidimensional da OEA, Ivan Marques, para entregar o documento.

O pedido ocorre em um momento em que o estado vive uma crise na segurança pública frente aos recentes casos de abuso de força de policiais militares, alguns deles registrados por câmeras corporais, câmeras de monitoramento ou testemunhas.

A manifestação diz que é “inadmissível” que “a atuação policial continue sendo sinônimo de violação de direitos dos cidadãos e cidadãs”.

“A realidade demonstra a persistência de um modelo de segurança pública que opera à margem dos princípios constitucionais democráticos, utilizando a violência e o controle policial como instrumento de discriminação racial”, afirma ainda.

O documento relembra o posicionamento de Tarcísio contrários ao uso de câmeras corporais —e que voltou atrás e disse que errou nas críticas após os recentes episódios.

A denúncia também recorda a reação do governador frente às denúncias de abuso na Operação Verão, realizada na Baixada Santista após a morte do soldado Samuel Wesley Cosmo. Na época, ao ser questionado sobre o tema, Tarcísio afirmou que não estava “nem aí”.

“Tais ações geram precedentes perigosos de abuso de poder, comprometem a segurança jurídica e a confiança da população nas instituições democráticas”, segue o documento.

Em entrevista ao programa Canal Livre, da TV Bandeirantes, no último dia 15, Tarcísio afirmou que “combate ao crime não pode ser justificativa para o erro policial”.

“A gente tem uma deficiência na formulação de políticas públicas na segurança. Isso não é apenas em São Paulo, isso é geral. Mas a gente está fazendo essa reflexão aqui no estado de São Paulo”, disse o chefe do Executivo paulista.

Tarcísio afirmou que está fazendo “correções de rota” na segurança pública paulista.